15.2.05

Morreu a irmã Lúcia Fonseca (ou Meireles?)

Acho indecente aquilo que alguns desesperadamente-com-a-mania-que-vão-chegar-a-outro-mandato dos candidatos políticos fizeram: interromperem um dia de campanha por causa da morte de uma senhora que foi enclausurada pela igreja catatónica desde tenra idade e forçada a uma vida de celibato, solidão, falta de sexo (digo eu) e sem saídas ao Bairro Alto. Não me interpretem mal, acho que terem interrompido a campanha foi uma excelente ideia; por favor, continuem com ela interrompida, pois ninguém os quer por cá.
Mais uma vez, puxaram a brasa à sua sardinha, desta feita aproveitando-se da morte de uma senhora que nada fez na vida (excepto ter sido agraciada em criança com a visão de uma criatura extraterrestre, à qual resolveram pôr a alcunha de "nossa senhora de fátima"), para darem ares de moralmente chocados, de cidadãos dedicados, etc.
Aqueles senhores são a verdadeira cambada de gatunos, de ladrões e de chupistas, que já por si não fazem uma pilinha de cavalo (se calhar o Paulo Portas até faz, pelo menos meia pilinha) e ainda se dão ao luxo de usar a morte de uma senhora de idade como pretexto para se baldarem ao trabalho. Meus senhores, eu não fiquei em casa a laurear só porque morreu uma dona Urraca qualquer que eu não conhecia. Eu não fingi um ataque de condolências... também a quem é que eu as dava? Ainda bem que desta vez nos vamos ver livres deste governo Santânico.
Mas estes putos com idade suficiente para estar na política (ages 5 & up), dizem-se "sem palavras", "com um profundo pesar", ou ainda "abalados pela notícia". Sim, imagino o abalo deles: partiram-se a rir, pois "amanhã já não preciso de fingir uma diarreia, morreu a parva da cota, e eu vou-me fazer de vítima com a notícia".

Como diz a catchphrase duma pizaria qualquer: "hmm, mesmo a calhar!"

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